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IPEV forma nova turma do Curso de Preparação para Recebimento de Aeronaves da Modalidade Asa Fixa (CPRA-AF)

 

No dia 1º de novembro de 2024, o Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) comemorou a conclusão do XXX Curso de Preparação para Recebimento de Aeronaves. A formatura foi presidida pelo Diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Brigadeiro do Ar Frederico Casarino, também contou com a presença de Oficiais-Generais de ontem e de hoje, familiares dos formandos e membros da Comunidade Aeroespacial.

O IPEV, através da sua Divisão de Formação (EFEV), realizou o XXX Curso de Preparação para o Recebimento de Aeronaves – Modalidade Asa Fixa (CPRA-AF) entre os dias 02 de setembro e primeiro de novembro de 2024. Há dez anos o CPRA-AF não era ministrado. Tendo em vista tanto a evolução dos sistemas embarcados quanto as necessidades da Força Aérea Brasileira (FAB), o Currículo Mínimo do curso foi reformulado, e atende hoje o programa mínimo de formação para Piloto de Ensaios em Voo Nível 2 (PEV 2) em seu conteúdo teórico, conforme estabelecido pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) na IS no 61.15-001 Rev D, de 01 de julho de 2019.

O CPRA-AF tem por objetivo capacitar Pilotos, Engenheiros e Especialistas a planejar, executar e analisar os resultados de voos relacionados: ao recebimento de aeronaves de asa fixa; voos de verificação de desempenho de aeronave de asa fixa e de verificação funcional de sistemas embarcados, desde que não afetem as qualidades de voo ou de pilotagem da aeronave; e executar e analisar os resultados de voos de avaliações operacionais contratuais (AVOP).

O curso compreende as fases Básica, de Desempenho, Qualidades de Voo e Sistemas. A Fase Básica visa proporcionar o conhecimento necessário para o desenvolvimento das demais fases. A Fase de Desempenho tem como objetivo o ensino de teorias e técnicas básicas de ensaios em voo necessárias para a avaliação do desempenho de uma aeronave de asa fixa. A Fase de Qualidades de Voo objetiva o ensino de teorias e técnicas básicas de ensaios em voo pertinentes à avaliação da estabilidade de uma aeronave de asa fixa, bem como às características de estol e voo em alto ângulo de ataque. A Fase de Sistemas visa ensinar teorias e técnicas básicas de ensaios em voo e de verificação funcional de sistema embarcados, enfatizando os sistemas mais encontrados nas aeronaves.

Além das disciplinas teóricas e técnicas básicas de ensaios em voo (TEV), os alunos do XXX CPRA-AF produziram ao longo curso um Relatório de Voo a respeito das Qualidades de Voo do T-27M e do C-95AM, um Parecer Técnico a respeito dos sistemas do C-95AM (comunicação, navegação, motores e piloto automático) e um Trabalho Final. O Trabalho Final consistiu na confecção, em grupos, de um Manual de Procedimentos de Verificação Funcional em Voo (-6CF) e de uma Lista de Verificação Funcional em Voo (-6CL) para voos de recebimento da aeronave C-95M. Após a revisão pelos instrutores dos documentos elaborados pelos alunos, foram realizados voos de recebimento conduzidos pelos pilotos e engenheiros alunos, executando o que foi planejado por eles, e nos quais a teoria e as TEVs ensinadas ao longo do curso puderam ser aplicadas.

 

O Capitão Aviador Polizel – Prova 128 –, instrutor do XXX CPRA-AF, afirmou que “Realizar o CPRA-AF após 10 anos da sua última realização foi um verdadeiro desafio para a EFEV, especialmente com a reformulação do currículo mínimo. Foram horas de trabalho produzindo material didático, aulas, Ordens de Ensaio e voos de padronização. Porém, o resultado superou as expectativas e a EFEV hoje entrega Pilotos e Engenheiros de Recebimento capacitados e treinados para atuarem em voos de Recebimento, Experiência, Produção e como equipagens qualificadas nas AVOP conduzidas pelo IPEV sob demanda do COMAER. Além disso, certamente esses profissionais atuarão como elos de divulgação da atividade de Ensaios em Voo e multiplicadores dos conhecimentos aqui adquiridos, contribuindo para elevação técnica da FAB”.

Participaram do curso como alunos 07 pilotos oriundos da aviação de transporte, caça e da AFA. Um dos pilotos alunos foi o Capitão Aviador Gaspar, atualmente servindo no 1° GDA como piloto do Gripen, que relatou o seguinte a respeito da participação no CPRA-AF: “Os conhecimentos adquiridos no CPRA poderão ser aplicados imediatamente após meu retorno ao 1° GDA, uma vez que estamos no processo de recebimento e implantação operacional do vetor de caça mais estratégico para a FAB e para nosso país. O conteúdo do curso foi reformulado para atender os anseios e necessidades dos Esquadrões o que reforça a importância da parceria entre o técnico e o operacional”.

Realizaram o curso, ainda, quatro engenheiros na modalidade Engenheiro de Recebimento, sendo um deles o Engenheiro Lacerda, Especialista em Regulação de Aviação Civil da ANAC, na Coordenadoria de Aeronáutica, Ensaios em Voo e Integração de Sistemas, para quem ter cursado o CPRA foi, conforme suas palavras, “Uma experiência ímpar de valiosa troca de conhecimentos e experiências entre as instituições e criação de conexões. É um privilégio poder contar com uma instituição de excelência na área de ensaios em voo, reconhecida internacionalmente, como o IPEV. Com a participação neste curso, a ANAC estende ainda mais a sua capacidade e prontidão para atuação em atividades de ensaios em voo, essenciais em um processo de certificação de projeto de produtos aeronáuticos”.

 O 1º Tenente Engenheiro Bercke, que serve atualmente no PAMA-LS e compõe a equipe de modernização do T-25, destacou que “O CPRA proporcionará vasto conhecimento técnico para a realização de voos de recebimento e para verificações funcionais dos sistemas incorporados nas aeronaves modernizadas pela FAB, assim como para demais voos de recebimento de aeronaves da frota apoiada pelo PAMA-LS. A capacitação adquirida permitirá a avaliação com precisão das condições de voo e do funcionamento dos sistemas, contribuindo para a melhoria da segurança de voo, da eficiência e da disponibilidade operacional das aeronaves.”

As aeronaves utilizadas no curso foram o T-27M e o C-95AM, tendo sido consumido um esforço aéreo total de 64 horas e 35 minutos (30:00h de T-27M e 34:35h de C-95AM).

Fonte: IPEV, por Ten Cel Av Drozdz
Revisão: DCTA, por ACS
Fotos: IPEV, por Ten Cel Drozdz e DCTA, por  S1 Vitor

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